Texto escrito para Seakalm.
Guia para identificar sanguessugas
O ser humano passa por várias fases de desenvolvimento: nascemos, crescemos, aprendemos, amadurecemos, envelhecemos. Cada uma com seus desafios.
E como viver é desenhar sem borracha, como disse Millor Fernandes, é sempre bom parar para pensar antes de agir.
Dos 13 aos 19 anos, passamos pela fase da adolescência. Aquela fase confusa, cheia de dúvidas e rebelde que começamos a construção da identidade e nos perguntamos: “Quem sou eu?”.
O mundo real ganha novos contornos e, com ele, sentimentos que não havíamos experimentado antes surgem. Acontece uma nova possibilidade: fazer muito mais escolhas sem que seja necessária a autorização prévia dos pais. Só que a impulsividade, uma marca registrada desse período, acaba trazendo transtornos posteriores. A tradicional frase “Imagina, isso nunca vai acontecer comigo.” está mais errada que 2 + 2 = 3. Mas a gente aprende.
Conhecemos pessoas novas. Muitas delas passam por nós. Algumas somam, deixando frutos bons em nossa vida, outras levam um pouco da gente sem ter dado nada em troca e outras roubam nosso orgulho de forma séria e perigosa.
Conforme amadurecemos, deve ficar mais fácil perceber quem vale a pena. Não apenas as substâncias químicas são tóxicas. Pessoas também são. Principalmente aquelas que, ao se aproximar de quem sofre com baixa autoestima, suas vítimas preferidas, deixam rastros de contaminação.
Convivemos com elas o tempo todo: no trabalho, na família, amizades e relacionamentos amorosos. Inclusive, situações emocionais como a depressão ou a ansiedade costumam aparecer quando estamos rodeados por pessoas tóxicas.
Mas o que elas fazem para se tornarem assim? Como elas são?
Exalam sentimentos e posturas ruins, afetando a sua vida e seu dia a dia. Como qualquer gás tóxico, você precisa se proteger dessas pessoas.
Se você ainda não tem facilidade em distinguir quem são, aqui vão alguns sinais que podem ajudar:
1. Pessoas negativas (ao extremo)
“Isso nunca vai dar certo”. Você provavelmente deve conhecer alguém que vive repetindo essa frase constantemente. Negatividade destrói a boa convivência e passar muito tempo com pessoas assim nos dá a clara sensação de que nossos sentimentos bons estão sendo sugados. O discurso vem sempre acompanhado de queixas, reclamações e pessimismo.
“Ah, mas eu também sou negativo às vezes.” Sim, todos somos, porque temos dias ruins. Ser pessimista em momentos de dificuldade é natural do ser humano, mas ser 100% do tempo, independente das coisas boas que acontecem, não é.
2. Pessoas vítimas
Uma das piores pessoas que você pode encontrar na sua vida são as que sempre se fazem de vítimas.
Elas evitam admitir seus próprios erros porque sempre encontram alguém para se responsabilizar por eles. Vitimizar é tirar essa responsabilidade pessoal. Além de impedir sua própria transformação e amadurecimento, a pessoa que se vitimiza vai culpar alguém e essa pessoa pode ser você.
“Só porque eu sou assim, não consigo me dar bem, sou perseguido.” Basta substituir o “assim” por várias formas de vitimizações e você vai lembrar de muita gente.
São pessoas que encontraram na vitimização uma espécie de escape para seu ressentimento e inveja. Glorificam sua dor como a maior do mundo.
Experimente culpá-las, dizer que poderia ter tomado uma atitude ou decisão diferente. Farão você se sentir bem malvado.
3. Pessoas de mau caráter
Se uma pessoa não tem integridade e honestidade, pode trair, manipular e fofocar, tudo para conseguir o que quer. Inclusive utilizar sua cabeça como degrau.
Espalham boatos, semeiam a discórdia. É aquele tipo de pessoa que sua mãe sempre te alertou (e alertará) para ficar longe.
Sabe aquele ditado “Quando João fala sobre Pedro, conheço mais de João do que de Pedro”? Então, é exatamente isso…
Uma pessoa mau caráter é uma pessoa tóxica.
4. Pessoas que têm razão
O famoso “sabe tudo”. Apesar de se mostrarem confiantes, no fundo, são pessoas extremamente inseguras porque não aguentam o debate, não gostam e nem tem conteúdo suficiente para enfrentar o contraditório. Por isso, atacam a pessoa. Argumentum ad hominem é uma falácia que ataca o autor e não a ideia. Criando adjetivos maldosos, quer parar a discussão ao desvalorizar o que o outro pensa.
Experimente confrontá-las para ver a virulência do seu ataque.
O maior problema é que enquanto você estiver rodeado por pessoas assim, pode se sentir intimidado a dar sua opinião porque quer evitar a discussão. E mesmo que tenha razão e o que contribuir, você optará por ficar calado.
5. Pessoas controladoras
Elas imaginam um mundo do seu jeito e decidem que todos deveriam viver assim. Mesmo as melhores intenções também são proferidas por pessoas tóxicas, como discursos politicamente corretos que, com fundo autoritário, impõe uma visão única de mundo. Se vive de tal jeito, todos deveriam ter essa escolha. Pede respeito para seu estilo de vida, mas ataca outras maneiras de pensar e viver senão a sua. “Por que existe gente assim?”, repete a pessoa controladora que gostaria de uma sociedade homogênea que espelhasse a si própria.
Esses sujeitos, infelizmente, não vem com uma etiqueta. Eles sofrem muito e fazem os outros sofrerem também. Se você se vê no meio de pessoas assim, quebre as correntes. Existem tantas pessoas no mundo para serem conhecidas, tantas experiências novas, que chega a ser uma pena perder tanto tempo com quem não sabe viver bem.
E, se mesmo assim, pessoas tóxicas insistirem em acabar com o seu bom humor: não se irrite. Seakalm!
Referência:
https://amenteemaravilhosa.com.br/7-caracteristicas-permitem-detectar-pessoas-toxicas/
giosson.wordpress.com 